Na década de oitenta o jovem confrade da SSVP de
Betim - MG, já falecido, Luiz Paulino, reunido com outros jovens vicentinos
lançou a ideia de se construir um asilo no local que antes era uma Vila
Vicentina com vários barracos onde moravam várias pessoas pobres, em sua
maioria já idosas. Os jovens ali reunidos gostaram da ideia e imediatamente
colocaram a “mão na massa”. Não me lembro se esta ideia foi levada aos
conselhos superiores para sua aprovação, ou não, só sei que em pouco tempo, com
a ajuda de todos os vicentinos e de muitas pessoas da nossa cidade que também
abraçaram a causa, o prédio foi construído, e em 1990 foi inaugurado o asilo
Divino Ferreira Braga que levou este nome em homenagem ao antigo pároco da
cidade, há muito tempo falecido. Quando o asilo foi construído nós não tínhamos
nenhuma preocupação com as leis e com a justiça, queríamos apenas
criar um local onde as pessoas idosas carentes pudessem viver tranquilas e com
dignidade. E foi assim por algum tempo! Hoje o Lar Vicentino Divino
Ferreira Braga é refém de leis criadas por políticos que só pensam em riqueza e
poder, com algumas exceções, e pelo ministério público cujos juízes julgam
apenas com a razão Hoje a SSVP não tem autonomia para abrigar um idoso sem
o aval do CRAS (Centro Regional de Assistência social) e estamos assistindo a
chegada de pessoas por indicação política e sentimos saudade de quando, para
ser acolhido pelo asilo a preferência era dos mais necessitados financeiramente
ou maltratados e abandonados pelos familiares. E isto está incomodando muitos
confrades e consocias que se sentem traídas e tristes por ter que pedir licença
para abrigar na casa que construíram, os deserdados pelos familiares e pelos
governos. E eu fico mais indignado por ser obrigado a chamar de lar um
local onde muitos idosos lúcidos que deveriam vir para viver o que lhe resta de vida e morrer em paz, e
que agora ficam deitados o dia inteiro ou andando de um lado para outro como um
zumbi olhando para o vazio e vendo a morte levar os moradores
esqueléticos que enchem as enfermarias. Um asilo não deveria ter uma enfermaria,
e pelo que me consta elas são alas dos hospitais onde os enfermos são
tratados e depois de serem curados voltam para suas casas, mas os que estão aqui no asilo já
não têm casas para voltarem. Eu me recuso a chamar de lar um asilo onde, mesmo
com todo o carinho e cuidado como são tratados os moradores, muitos são levados
para esses lugares para se encontrarem com a morte longe dos seus filhos e
netos, O político que criou a lei proibindo que se chamem essas
casas de asilos e aqueles que a aprovaram parece que nunca entraram em um asilo
de caridade e com certeza se basearam nas instituições da iniciativa privada
que cobram de 5.000 a 10. 000 reais, ou mais, por mês para “cuidar” de uma
pessoa idosa. Se os políticos quisessem realmente dar uma vida digna para essas pessoas deveriam criar um espaço que fosse um meio termo
entre o hospital e a moradia da pessoa enferma, desde que não seja a sua casa ou um asilo . Se um
dia isso acontecer os asilos não ficarão super lotados e
deixarão de ser um local de velar os que foram colocados ali apenas para morrerem.
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FACHADA DO LAR VICENTINO DIVINO FERREIRA BRAGA EM BETIM - MG |
RECEPÇÃO: NA PAREDE UM MURAL COM A FOTO DE CADA MORADOR
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LOCAL DE CONVIVÊNCIA ENFERMARIAS
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VISTA DOS QUARTOS E ÁREA DE CONVIVÊNCIA |
ARÉA DE ENTRETENIMENTO E BATE PAPO.
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